Não tenho sono,
tenho só cansaço
de ver o tempo desfilar
sobre objetos de porcelana
nas prateleiras.
Que terra é esta
de uma cor só
muda e surda?
Onde estou suspensa,
se não vejo a corda
nem o cadafalso?
Preocupa-me se caí
ou fui sugada.
Perturba-me o nada importa-me.
A indiferença é mordaz,
compraz-se em roubar a paz,
dando de graça o tédio.
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