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Contingência

  • Foto do escritor: irenegenecco
    irenegenecco
  • 23 de abr. de 2023
  • 1 min de leitura

Atualizado: 3 de jan. de 2024


Foto de Philippe Mignot na Unsplash

Meu porto seguro é meu corpo.

Mas que fazer

se meu corpo mesmo

é um barco?

Meu porto

é um corpo nada seguro,

no escuro das tempestades,

rasgado pela razão.

Que fenda estupenda

este vão que me faz dois,

ser e não ser,

ou seja,

mundo e eu.

O que mesmo é “eu”?

Na escolha de mim mesmo,

num infinito de possibilidades,

da mais sublime à mais bestial,

é o mundo que me escolhe,

bem ou mal.

É meu eu possível,

flexível, sofrível.

Meu barco é um corpo inseguro,

à deriva.

Meu?

Apenas o absurdo.

A busca febril do que desejo,

rasgando tudo o que é,

na ausência do que procuro.



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2 comentários

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iracemapg
20 de mai. de 2023

Hmmm! Lembro, há muitos (tantos!) anos, me mostravas uns poemas teus e eu já então gostava (muito) de alguns, outros (tantos!) não chegava a compreender. Esse é um dos que eu gosto hoje e teria gostado quando éramos outras.

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irenegenecco
irenegenecco
22 de mai. de 2023
Respondendo a

Que bom que apreciaste agora, o agora é onde a vida sempre está! Volta sempre! bju

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