Sentada no chão,
Esqueço-me em papéis velhos,
Nas prateleiras de um balcão.
Uma a uma, folhas soltas,
Pastas, blocos, títulos e espirais
Se fazem,
Enquanto nisto me desfaço.
De repente,
Como um poderoso polo enigmático,
Minhas pernas me surpreendem,
Dois troncos sólidos,
Tombados numa esfera transparente.
E é outro já o mundo
Que me sente e me possui e prende.
Joelhos, pés, perônios, coxas...
Mas não assim como tal denominados.
Apenas carne, formas roliças,
Solidez unificada que se impõe,
A tudo exclui,
E a si reclama toda a possibilidade.
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